sábado, 19 de março de 2011

Wake me up when september ends - Parte 19

Pousei os meus talheres, limpei a boca com o guardanapo tentando não perder a calma. A minha mãe tinha falado sobre bebés. Ela não gostava particularmente de Ashton. Tudo porque ela achava errado o facto de ele ser um soldado. Não gostava que ele me deixasse sozinha durante dois anos. Dizia que isso não era um bom marido.
E: O Ashton e eu estamos a pensar em trer filhos, mas ele está no Iraque. Vamos tentar outra vez quando ele voltar.
M: Ele podia simplesmente vir para casa 
E: Não, não podia, mãe. Ele está no Iraque.
M: Está sempre lá! Ele está a tentar matar-se? Ele continua a voltar para aquele sítio horrível! Ele é maluco!
Sim, eu estava a tentar manter a calma, mas a minha mãe não facilitava as coisas. Eu elevei um pouco o meu tom de voz.
E: Mãe, é por causa de pessoas malucas como ele que tem uma grande casa, muito dinheiro e pode passar todos os minutos do seu dia a fazer nada! É por causa dele que estamos todos aqui a tentar jantar. Se não se importa, eu só quero jantar e voltar para casa.
Seguiu-se um silêncio constrangedor à mesa. Minha mãe, como sempre, não encarou aquilo como uma “derrota”. Ela manteve o seu aspecto autoritário e superior. Ergueu o seu copo e propôs um brinde. Com a sua maneira seca de falar disse:
À Ellen. Feliz aniversário.
E toda a gente ergueu o seu copo também e repetiu “À Ellen”. Eu sorri ligeiramente a toda a gente e proferi um tímido “Obrigada”. E prosseguimos com o jantar. A minha mãe não me voltou a dirigir a palavra naquela noite, excepto para me dizer “Adeus” no final. A verdade é que eu também não tinha vontade de lhe falar de qualquer maneira. Fora uma noite interessante, mas um aniversário horrível!


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