segunda-feira, 25 de abril de 2011

Wake me up when september ends - Parte 29

Só passado uma semana é que tive coragem de ir ao cemitério onde Ashton se encontrava. A sua campa estava situada num sítio agradável, se bem que não se pode dizer bem agradável, visto que é um cemitério. Enfim, a campa estava por de baixo de uma grande árvore. De manhã batia lá o sol e à tarde, quando o calor atinge o seu máximo, a árvore faz sombra. Sentei-me na relva em frente à sua campa. Lá referia o facto de ter morrido pelo país, na guerra. Estava lá reconhecido como um herói. Do seu lado esquerdo alguém tinha pendurado a bandeira nacional. Tudo aquilo emocionou-me e uma lágrima caiu sem timidez. Depois de a atrevida escorrer pela minha cara limpei os olhos imediatamente e respirei fundo para conter as lágrimas. Hesitante comecei a falar com ele:
Olá. Sou eu, a Ellen.
Olhei para os lados. Era estranho estar a falar sozinha. Prossegui:
Peço desculpa por não ter ido ao teu funeral. Fiquei em casa a ler as nossas cartas. Ao princípio tentei convencer-me de que me tinha distraído com as horas e por isso é que não vim, mas não é verdade. Eu não queria vir. Teria sido demasiado para mim. Não os deixaria enterrarem-te na terra à minha frente.
Comecei a chorar um pouco, mas limpei as lágrimas e voltei a olhar para a sua imagem na campa onde envergava o seu uniforme.
E: Espero que não te zangue, mas quase arruinei as nossas cartas. Desculpa. Elas estão bem agora.
Olhei para baixo e chorei. Desta vez não as combati. Chorei e voltei a olhar para a sua figura com os olhos vermelhos e inchados.
E: A morte assusta-me. Eu não sei onde estás. Estás no céu a olhar por mim? Ainda estás enterrado na terra sem alma? Consegues sequer ouvir-me?
Deitei-me na relva a chorar junto da campa.
E: Tenho saudades tuas, Ashton.



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NOTA: a história está-se a tornar extensa e eu peço desculpa por isso. Estou a começar a escrever uma nova e assim que tiver um certo número de partes da nova história escritas, eu começo a pô-la aqui no blog.

4 comentários:

  1. se não esquecemos por algo é, tudo tem uma razão, contudo era bem melhor esquecer do que chorar de sofrimento.
    Adoro a tua história, muito mesmo querida (:

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  2. quando acabares vou começar a ler tudo direitinho! adoro ler partes

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