quinta-feira, 2 de junho de 2011

Wake me up when september ends - Parte 39

O meu mundo parou quando disse aquilo em voz alta. O mundo dele também paralisou, nós parámos. Eu estava um bocado ofegante pela maneira como quase tinha gritado aquelas palavras. Eu olhei para baixo enquanto me tentava recompor. Limpei as lágrimas, inspirei e expirei fundo uma vez e olhei-o.
E: Não posso estar contigo sabendo que também me queres. É demasiado para mim.
Ele estava sem palavras. A única coisa que foi capaz de dizer foi o meu nome. A maneira como o disse fez-me querer cair nos seus braços e dizer-lhe que queria ficar com ele. Mas uma força mais poderosa do que eu impedia-me. Parecia sentir os braços de Ashton à minha volta a apertarem-me com força enquanto este me sussurrava ao ouvido “não vás, eu amo-te.” Por muito morto que estivesse, Ashton era o mais vivo dentro daquela sala. Jason fez um pequeno movimento na minha direcção e um dos braços de Ashton pegou no meu apontando para Jason em sinal para se afastar. Ele afastou-se lentamente.
J: Estás muito preturbada agora. Talvez devêssemos falar disto noutra altura.
E saiu e os braços fortes do fantasma de Ashton largaram-me. Naquele momento não sabia o que sentir. Tinha sido eu injusta para com Jason? Fosse qual fosse a resposta, eu optei por pensar que estava a fazer a coisa certa. A memória de Ashton ainda estava muito presente.
Cheguei a casa naquele dia exausta. Tirei o meu casaco, pousei a minha mala e deixei-me cair no sofá. Sabia que Jason ia acabar por aparecer mais cedo ou mais tarde, o que me deixava ainda mais exausta. Não estava nada preparada para lhe dizer que tinha aceitado a proposta de trabalho que me tinha sido oferecida. Eu ia trabalhar para Ohio. Isso ficava a 3 a 4 horas de Chicago. O meu patrão tinha-me falado nisso há um mês, mas eu recusara. Não queria ir para uma nova cidade onde não conhecia ninguém., mas muita coisa tinha mudado da noite para o dia. Naquele momento eu queria estar sozinha. A campainha tocou. Eu já sabia quem era. Levantei-me e abri a porta. Dissemos ambos ao mesmo tempo “Precisamos de falar.”. De mãos nos bolsos ele insistiu que eu falasse primeiro e eu concordei antes que ele dissesse algo que me fizesse mudar de ideias sobre a minha proposta de trabalho.


1 comentário: