terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Wake me up when september ends - Parte 5


O envelope já lá não estava quando à noite nos fomos deitar. Ashton também não tinha dito nada sobre aquilo durante o jantar. Ele adormeceu perto de mim com um braço à volta da minha cintura e eu permaneci bem desperta durante algum tempo a olhar para o tecto. O seu respirar profundo ajudava-me a pensar. Naquela noite pensei sobre a carta misteriosa. Claro que depois de o seu respirar profundo se ter transformado num ruidoso ressonar não consegui pensar mais, mas continuei acordada uma vez que ele tinha um ressonar muito ruidoso. Acabei por adormecer.

Passaram-se quatro semanas desde que Ashton chegou e duas desde que tinha visto aquela carta. Por aquela altura já pensara que não era nada uma vez que Ashton não tinha dito nada sobre ela. Voltei finalmente a pensar em filhos por isso quando cheguei a casa do trabalho naquele dia beijei Ashton e declarei alegremente:
Eu quero ter filhos!               
Não recebi a reacção que esperava. Ashton ficou um bocado surpreso o que era estranho dado que já tínhamos falado nisto no passado e ambos queríamos ter filhos. No entanto continuei:
Eu quero ter um monte de crianças a correr pela casa. Mal posso esperar para passar o dia a mudar fraldas sujas. 
Ele soltou uma pequena gargalhada, mas nos seus olhos eu via um bocado de tristeza. Eu olhei-o com alegria e entusiasmo enquanto ele me olhava com carinho e alguma tristeza. Ele beijou a minha testa e disse:
Sim, fraldas. Eu quero que eles sejam iguaizinhos a ti. Pelos menos assim sei que vão ser lindos. 
Em seguida envolveu-me num abraço, beijou o topo da minha cabeça e sussurrou:
Eu amo-te, Ellen.               
Eu conhecia Ashton melhor do que ninguém e eu sabia que se algum dia lhe dissesse que queria ter filhos, aquela não seria a sua reacção. Alguma coisa o estava a perturbar. Eu afastei-me do seu peito e perguntei:
Que se passa, Ashton? Não queres ter filhos? Pode ser sincero comigo.
Ele olhou para baixo por uns instantes e depois levantou a cabeça dizendo:
Precisamos de falar.

4 comentários: